" CONHEÇA E PROSSIGA EM CONHECER AO SENHOR E À SUA PALAVRA PARA QUE NÃO VENHAMOS A PERECER PELO CAMINHO " Parte 3

23/12/2011 09:22

" Jovens Diligentes - manejam Bem                           a Palavra Da Verdade "

 

                                                                      Parte 3

Os Dois Adventos
 
 
É provável que o estudante cuidadoso das profecias do Antigo Testamento fique perplexo com duas linhas de profecia contrastantes e aparentemente contraditórias acerca da vinda do Messias. Uma delas diz que ele viria em fraqueza e humilhação, um homem de dores, e experimentado nos trabalhos, como raiz de uma terra seca; não tendo beleza nem formosura para que o desejássemos. Seu parecer seria desfigurado, teria as mãos e pés trespassados, restaria desamparado pelo homem e por Deus, e poriam a sua sepultura com os ímpios. (Veja SI 22.1- 18; Is 7.14; Is 53; Dn 9.26; Zc 13.6, 7; Mc 14.27)
 
A outra linha de profecia prevê um esplêndido e irresistível soberano, purificando a terra com julgamentos terríveis, reunindo os dispersos de Israel, restaurando o trono de Davi, em maior esplendor que o de Salomão, e introduzindo um reino de paz profunda e perfeita justiça. (Veja Dt 30.1-7; Is 11.1,2, 10- 12; Is 9.6,7; Is 24.21-23; Is 40.9-11; Jr 23.5-8; Dn 7.13,14; Mq 5.2; Mt 1.1; Mt 2.2; Lc 1.31-33)
 
No devido tempo, o cumprimento da profecia messiânica começou com o nascimento do Filho de uma virgem, de acordo com Isaías, em Belém, de acordo com Miquéias, e prosseguiu com a literalidade perfeita até a plena realização de cada previsão de humilhação do Messias, pois primeiro o pecado deve ser repudiado, antes que o reino possa ser estabelecido. Mas os judeus não acolheriam seu Rei na forma como foi apresentado, "manso e montado sobre um jumento, e sobre um jumentinho, filho de jumenta", e eles o crucificaram. (Veja Zc 9.9 com Mt 21.1-5; Jo 29.15,16)
 
Mas não devemos concluir que a maldade do homem confundiu o propósito deliberado de Deus, pois sua sabedoria inclui um segundo advento de seu filho, quando as previsões relativas à glória terrena do Messias receberão o mesmo cumprimento preciso e literal como ocorreu com aqueles que diziam respeito a seus sofrimentos terrenos. (Veja Os 3.4,5; Mt 24.27-30; Lc 1.31-33; At 1.6,7; At 15.14-17)
 
Os judeus eram lentos de coração para crer em tudo o que os profetas haviam falado sobre o sofrimento de seu Messias, nós o somos para crer em tudo o que eles têm falado sobre a sua glória. Certamente nossa vergonha é maior, pois deveria ser mais fácil acreditar que o filho de Deus virá "sobre as nuvens do céu em poder e grande glória" do que como um menino de Belém, filho do carpinteiro de Nazaré. Na verdade, acreditamos nisso depois porque aconteceu, não porque os profetas anunciaram. É tempo de parar de censurar os judeus por sua incredulidade. Quando se pergunta como eles podem ter sido cegos para o significado evidente de tantas previsões inequívocas, a resposta é que eles foram cegados exatamente da mesma forma que muitos cristãos o foram para o significado também evidente de um número muito maior de profecias sobre a glória terrena do Senhor, ou seja, pelo processo de "espiritualização" das Escrituras. Em outras palavras, os escribas antigos disseram ao povo que as profecias dos sofrimentos do Messias não deveriam ser interpretadas literalmente, assim como alguns escribas modernos estão dizendo isso em relação às profecias sobre a glória terrena dele.
 
O segundo advento é uma promessa para a igreja, bem como para os judeus. Entre as últimas palavras de conforto e de exortação dirigidas por nosso Senhor aos seus discípulos, perplexos e ansiosos, antes do sacrifício da cruz estão estas: "Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também. (Jo 14.1-3)
 
Aqui o Senhor fala de seu retorno precisamente nos mesmos termos que usa para falar sobre sua partida. Esta última, como sabemos, foi pessoal e física. Se dissermos que aquele é impessoal e "espiritual", certamente para tão forçada interpretação de uma linguagem simples, somos obrigados a encontrar a justificativa de modo imperativo e incondicional em outro lugar das Escrituras. Entretanto tais passagens não existem. Mas não restam dúvidas sobre esse ponto vital, nem é possível tirar outras conclusões racionais, embora isso seja quase irresistível.
 
"E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois homens vestidos de branco. Os quais lhes disseram: Homens galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir." (At. 1.10,11)
 
O mesmo significado está em I Ts. 4.16,17: "Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor." "Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Sal­vador Jesus Cristo" (Tt 2.13)
"Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, Que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas. " (Fp. 3.20,21)
"Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos." (I Jo 3.2) "E, eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra." (Ap 22.12)
Para essa "bem-aventurada esperança" somos ensinados a "vigiar" (Mc 13.33, 35,37, Mt 24.42; 25.13), "esperar" (I Ts 1.10), e a estar "apercebidos" (Mt 24.44). A última oração na Bíblia é pelo breve retorno de Cristo. (Ap. 22.20)
 
Por todas essas Escrituras fica claro que a segunda vinda será pessoal e física. Portanto, isso não significa a morte do crente, nem a destruição de Jerusalém, nem a descida do Espírito Santo no Pentecostes, ou a difusão gradual do cristianismo, mas é a "bendita esperança" da Igreja, o momento em que os santos adormecidos serão ressuscitados e, juntamente com os santos vivos que, em seguida, serão "transformados" (I Co 15.51,52), arrebatados ao encontro do Senhor - o momento em que nós, que somos os filhos de Deus seremos como Ele, e quando os santos fiéis serão recompensados pelas obras da fé, por amor do seu nome, depois de terem sido salvos.
 
As Escrituras seguintes continuarão a demonstrar o contraste entre os dois adventos do nosso Senhor. Compare o primeiro advento com o segundo.
Primeira vinda
 
"E deu à luz a seu filho primogênito, e envolveu- o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem" (Lc 2.7).
"Mas agora na consumação dos séculos uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo" (Hb 9.26).
"Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido" (Lc 19.10).
"Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele" (Jo 3.17).
"E se alguém ouvir as minhas palavras, e não crer, eu não o julgo; porque eu vim, não para julgar o mundo, mas para salvar o mundo" (Jo 12.47).
 
Segunda vinda
 
"Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória" (Mt 24.30).
"Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação" (Hb 9.28).
"E a vós, que sois atribulados, descanso conosco, quando se manifestar o Senhor Jesus desde o céu com os anjos do seu poder, Como labareda de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo" (II Ts 1.7, 8).
"Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos" (At 17.31).
O aluno pode multiplicar quase indefinidamente esses contrastes. Suficiente, entretanto, tem sido levar adiante que as promessas feitas a Israel e à igreja obrigatoriamente exigem um retorno de nosso Senhor à Terra.
Pode ser útil para os que iniciam o estudo da Bíblia considerar brevemente as várias teorias que são apresentadas como oposição à doutrina bíblica do re­torno pessoal e físico do segundo advento de Cristo.
Naturalmente, é preciso que se compreenda com clareza que as Escrituras que falam das aparições visíveis e físicas do Senhor no final desta dispensação devem ser diferenciadas das que se referem a seus atributos divinos de onisciência e onipresença, por meio das quais ele conhece todas as coisas e está sempre presente em toda parte, de que as passagens de Mateus 18.20 e Mateus 28.20 são exemplos. É verdade que, felizmente, nesse sentido, ele está conosco sempre, até o fim dos tempos.
"Mas, o homem Jesus Cristo está agora física e pessoalmente à destra de Deus, como Atos 1.9 -11 claramente afirma: "E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos. E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois homens vestidos de branco. Os quais lhes disseram: Homens galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir."
Estevão o viu lá: "Mas ele, estando cheio do Espírito Santo, fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus, e Jesus, que estava à direita de Deus; E disse: Eis que vejo os céus abertos, e o Filho do homem, que está em pé à mão direita de Deus" (At. 7.55,56); "havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas;" (1Tb 1.3); "se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus" (Cl 3.1).
 
Durante a guerra franco-prussiana Von Moltke, por sua genialidade e habilidade e também pela rede de linhas telegráficas, estava de fato presente em todos os campos de batalha, embora de forma visível e pessoalmente estivesse em seu escritório em Berlim. Mais tarde, na guerra, ele se juntou ao exército diante de Paris, quando sua pre-sença tornou-se real e visível. Assim, nosso Senhor, em virtude de seus atributos divinos, está realmente presente com a Sua igreja agora, mas estará visível e pessoalmente sobre a terra na Sua segunda vinda.
1. As profecias sobre o retorno do Senhor não fo­ram cumpridas pela descida do Espírito Santo no Pentecostes, nem por sua manifestação em avivamentos poderosos e reuniões de oração feliz.
 
a. Essa interpretação praticamente anula a doutrina da Trindade, fazendo do Espírito Santo apenas uma manifestação de Cristo.
 
b. Na promessa de Cristo sobre a vinda do Espírito fala-se dele distintamente, como "outro Consolador" (João 14.16), e em João 16.7 Cristo diz: "se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, quando eu for, vo-lo enviarei."
 
c. Os escritores inspirados de Atos, das Epístolas
e do Apocalipse, mencionam o retorno do Senhor mais de cento e cinqüenta vezes depois de Pentecostes, e sempre como algo ainda por acontecer.
   
d. Nenhum dos eventos previstos para acompanhar a segunda vinda de Cristo ocorreu no Pentecostes. São eles: a ressurreição dos santos que dormiram (I Co 15.22,23; I Ts 4.13-16), a "transformação" dos cristãos, na qual eles vão se revestir de incorruptibilidade, "desprezíveis tornar-se- ão semelhantes ao corpo glorioso de Cristo e serão "arrebatados para encontrar o Senhor no ar" (I Co 15.51-53; I Ts 4.17; Fp. 3.20,21), e a lamentação de todas as tribos da terra por causa da vinda do Filho do homem em poder e grande glória (Mt 24.29-30; Ap 1.7).
 
Esses são os fenômenos associados ao evento do retorno de nosso Senhor. Quando ele vier, estes fenômenos estarão presentes. Nenhuma dessas coisas ocorreu no dia de Pentecostes, nem em qualquer outra manifestação do Espírito Santo.
 
2 A conversão de um pecador não é a vinda do Senhor.
Trata-se de teoria demasiado pueril para ser levada a sério como uma explicação de profecias tão numerosas e conjunturais.
 
a. Segundo as Escrituras o que ocorre é exatamente o contrário disso. A conversão é a ida de um pecador até Cristo, não a vinda de Cristo a um pecador (Mt 11.28; Jo 5.40; Jo 7.37; Jo 6.37).
 
b. Nenhum dos eventos acima enumerados, previstos para ocorrer quando o Senhor voltar, acompanha a conversão de um pecador.
 
3. A morte de um cristão não é a vinda de Cristo.
 
a. Quando o Senhor disse aos discípulos que um deles ficaria até que ele voltasse, divulgou-se que "aquele discípulo não havia de morrer" (Jo 21.22-24).
 
b. Os escritores inspirados sempre se referem à morte de um crente como a sua partida. Em nenhum momento a vinda do Senhor é relacionada com a morte de cristãos. (Veja Fp 1.23, II Tm 4.6; II Co 5.8). Ao morrer, Estêvão viu os céus abertos e o Filho do homem, não chegando, mas "em pé à mão direita de Deus" (At. 7.55,56).
 
c. Nenhum dos eventos previstos para ocorrer quando o Senhor voltar acompanha a morte de um cristão.
 
4. A destruição de Jerusalém pelos romanos não era a segunda vinda de Cristo.
 
a. Em Mateus 24 e Lucas 21, três eventos são anunciados: a destruição do templo, a vinda do Senhor e o fim do mundo (era). (Ver Mt 24.3) Foi a confusão desnecessária dessas coisas perfeitamente distintas que deu origem à noção de que o cumprimento de uma era o cumprimento de todas as outras.
 
b. O apóstolo João escreveu o livro do Apocalipse, após a destruição de Jerusalém, mas ainda fala da vinda do Senhor, como um acontecimento futuro (Ap 1.4, 7; 2.25, 3.11, 22.7, 12, 20). A última promessa da Bíblia é: "Certamente, cedo venho" e a última oração: "Ora vem, Senhor Jesus".
 
c. Nenhum dos eventos previstos para ocorrer quando o Senhor voltar aconteceu quando Jerusalém foi destruída. (Veja I Ts 4.14-17; Mt 24.29-31; Mt 25.31,32).
 
5. A divulgação do cristianismo não é a segunda vinda de Cristo.
 
a. A divulgação do cristianismo é gradual, enquanto que as Escrituras referem-se à volta do Senhor como súbita e inesperada (Mt 24.27, 36-42,44, 50; II Pe 3.10; Ap 3.3).
 
b. A divulgação do cristianismo é um processo, a Escritura sempre fala da volta do Senhor como um evento.
 
c. A divulgação do cristianismo traz a salvação para os ímpios, ao passo que a vinda de Cristo não trará a salvação para eles, mas "repentina destruição" (I Ts 5.2, 3; II Ts 1.7- 10; Mt 25.31-46).
 
6. Essas explicações e teorias, embora generalizadas, não aparecem nos livros de teólogos respeitáveis de qualquer escola ou denominação, nem são mantidas por um único exegeta de eminência universalmente reconhecida. Todos eles sustentam a idéia da segunda vinda física e visível de Cristo.
No entanto, às vezes, diz-se que a segunda vinda não poderá ocorrer até que o mundo tenha sido convertido pela pregação do evangelho e submetido ao reinado espiritual de Cristo por mil anos. Afirmamos que essa visão é totalmente errada pelas seguintes razões:
 
a. As Escrituras descrevem claramente a condição da terra na segunda vinda de Cristo como sendo de terrível iniqüidade, e não de bem-aventurança milenar (Lc 17.26-32; com Gn 6.5-
7 e Gn 13.13; Lc 18.8; Lc 21.25-27).
 
b. As Escrituras descrevem todo o curso da presente dispensação do início ao fim, de modo a excluir a possibilidade de um mundo convertido. (Mt 13.36-43,47-50; Mt 25.1-10; I Tm 3.1-9; 4.3,4; II Pd 3.3,4; Jd 17-19).
 
c. A finalidade de Deus nesta dispensação é, declaradamente, "reunir fora das nações um povo para o seu nome", e não a conversão do mundo. Depois disso, ele "irá retornar" e, em seguida, não antes, o mundo será convertido. (Veja At 15.14-17; Mt 24.14 ["em testemunho"]; Rm 1.5 ["entre" não "de" todas as nações]; Rm 11.14 ["alguns" não "todos"]; I Co 9.22; Ap 5.9 ["de toda a tribo" e não "todas" as tribos]).
 
d. Seria impossível "vigiar" e "esperar" por um evento que sabíamos que não poderia ocorrer antes que se passassem mil anos.