" TODO AQUELE QUE LÊ E GUARDA AS PALAVRAS DESTE LIVRO É BEM AVENTURADO " Parte 8

21/09/2011 09:58

 A Profecia do Senhor Jesus

Nós temos visto agora que a mente do Espírito Santo é manifestada harmoniosamente nas profecias do Velho Testamento. Agora, vejamos como as profecias do Novo Testamento concordam com essas do Velho, e além disso, vejamos como o livro de Apocalipse coincide com as profecias do passado. Nós vamos primeiro olhar para a profecia do Senhor Jesus no monte das Oliveiras; exceto para que aquilo que é o nosso presente propósito, nós não vamos examinar todas as profecias dadas no Monte das Oliveiras, mas apenas aquelas relacionadas aos judeus. Nós usaremos Mateus 24 como a base da nossa consideração, e usar os registros dos outros Evangelhos como uma referencia posterior. Do verso 4 ao verso 31 do capítulo 24, nós lemos coisas que dizem respeito aos judeus. Nós vamos estudar essa seção juntamente com as profecias de Daniel a fim de obter um claro entendimento.

Os discípulos fizeram ao Senhor duas perguntas acerca (1) do santo templo e (2) do sinal da Sua vinda e do fim do mundo (v. 3). A questão concernente ao templo não é relevante para nossa investigação, e mais adiante, é respondida em grande detalhe em Lucas 21. Mateus focaliza mais a segunda questão. Embora com respeito à essa segunda questão, nós descobrimos que os discípulos misturaram a vinda do Senhor com o fim do mundo; sendo elas, na verdade, diferentes. No entanto, nós não vamos lidar com a diferença, uma vez que nós nos limitaremos somente ao que é relevante aos judeus.

Nós devemos saber que os sexagésimo nono sete e o septuagésimo sete são separados pelo tempo da graça. Durante o último sete, o sacrifício e a oblação do santuário serão restaurados até que o Anticristo os faça cessar. O que o nosso Senhor falou disso refere-se ao período: “Quando, pois, virdes o abominável da desolação de que falou o profeta Daniel, no lugar santo (quem lê entenda), então, os que estiverem na Judéia fujam para os montes; quem estiver sobre o eirado não desça a tirar de casa alguma coisa; e quem estiver no campo não volte atrás para buscar a sua capa.” (Mt 24:15-18).

A última parte do que Jesus disse aqui significa que, devido ao inimigo estar no meio deles, sua fuga seria, portanto, extremamente urgente. Uma vez que o povo santo é o alvo da ira do Anticristo, e o exército da destruição se aproxima, essa passagem avisa ao povo que deixe tudo para salvar suas vidas. “Ai das que estiverem grávidas e das que amamentarem naqueles dias!” (v. 19); pois elas não podem correr com rapidez. “Orai para que a vossa fuga não se dê no inverno, nem no sábado” (v. 20). Essa última afirmação sobre o sábado nos mostra claramente que se trata dos judeus.

Então o Senhor continua dizendo, “porque nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais.” (v. 21). Essa palavra pode ser comparada com a de Daniel: “Nesse tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu povo, e haverá tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas, naquele tempo, será salvo o teu povo, todo aquele que for achado inscrito no livro.” (12:1). Esses serão dias de grande tribulação (mas também serão dias da libertação de Deus). Consequentemente, o Senhor disse: “Não tivessem aqueles dias sido abreviados, ninguém seria salvo; mas, por causa dos escolhidos, tais dias serão abreviados.” (24:22). Pelo livro de Daniel nós entendemos que esses dias cobrem três anos e meio.

Mais tarde, o Senhor fala do sinal dos falsos cristos e falsos profetas – algo que não é encontrado no Velho testamento: “Então, se alguém vos disser: Eis aqui o Cristo! Ou: Ei-lo ali! Não acrediteis; porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos. Vede que vo-lo tenho predito. Portanto, se vos disserem: Eis que ele está no deserto!, não saiais. Ou: Ei-lo no interior da casa!, não acrediteis. Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até no ocidente, assim há de ser a vinda do Filho do Homem. Onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão os abutres.” (v. 23-28).

O testemunho de Daniel é o de que, logo que o ungido (o Senhor Jesus) vier de novo, todos os problemas chegarão ao fim. Jesus, como registrados em, Mateus, reporta a mesma coisa: “Logo em seguida à tribulação daqueles dias, o sol escurecerá, a lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do firmamento, e os poderes dos céus serão abalados. Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória. E ele enviará os seus anjos, com grande clangor de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus.” (v. 29-31).

Embora brevemente discutido, isso é o suficiente para mostrar como as profecias do Novo Testamento concordam com as do Velho.

 

A Profecia de Paulo (2 Tessalonicenses 2:1-11)

Vamos investigar em outra mensagem profética – desta vez, a de Paulo – e ver como ela concorda com essa profecias que temos discutido. “Irmãos, no que diz respeito à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com ele, nós vos exortamos a que não vos demovais da vossa mente, com facilidade, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como se procedesse de nós, supondo tenha chegado o Dia do Senhor. Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da iniqüidade, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus ou é objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus.” (2 Ts 2:1-4). O que o apóstolo declara na sua declaração profética é aquilo que Daniel queria dizer com “a abominação da desolação” (no velho Testamento a frase “a abominação da desolação” significa um ídolo); e nós precisamos lembrar que a profecia de Jesus, da mesma forma, mencionou este ponto.

A respeito de como o Anticristo que vemos nos escrito de Paulo (ou seja, o “homem da perdição” – “o filho da perdição”) exaltará a si mesmo e resistir ao Senhor, nós já lemos o que Daniel tinha para dizer sobre isso. E aqui está o que Paulo tinha para dizer: “Não vos recordais de que, ainda convosco, eu costumava dizer-vos estas coisas? E, agora, sabeis o que o detém, para que ele seja revelado somente em ocasião própria. Com efeito, o mistério da iniqüidade já opera e aguarda somente que seja afastado aquele que agora o detém; então, será, de fato, revelado o iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e o destruirá pela manifestação de sua vinda.” (v. 5-8). Essa passagem fala do fim do Anticristo. Assim que o Senhor Jesus voltar, o Anticristo será julgado e destruído. Nas suas profecias, Daniel frequentemente mostra como o Senhor vai voltar para reduzir a nada as forças das nações gentílicas. Sua narrativa de como o pequeno chifre será destruído confirma aquilo que é dito aqui por Paulo em 2 Tessalonicenses 2:8: o pequeno chifre será destruído pela aparição do Senhor.

E quando o apóstolo termina sua profecia dizendo: “Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e prodígios da mentira, e com todo engano de injustiça aos que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos. É por este motivo, pois, que Deus lhes manda a operação do erro, para darem crédito à mentira, a fim de serem julgados todos quantos não deram crédito à verdade; antes, pelo contrário, deleitaram-se com a injustiça.” (v. 9-12). E o que é esta mentira? João nos diz: “quem é o mentiroso senão aquele que nega que Jesus é o Cristo?” (I Jo. 2:22).

Por meio deste breve estudo nós podemos ver como as profecias do Velho Testamento e do Novo são uma e explicam-se mutuamente. Vamos, então, prestar atenção ao aviso de Pedro: “Nenhuma profecia é de particular interpretação” (II Pe 1:20). A profecia na deve ser interpretada independentemente, estritamente pela sua própria passagem; deve ser provada e confirmada pela Bíblia inteira. Só assim nós podemos chegar a um entendimento acurado; de outra forma, nós sofreremos grande perda.

Tendo visto como as profecias de ambos os testamentos encaixam perfeitamente uma na outra nós podemos agora retornar mais especificamente ao livro de Apocalipse e ver como este também concorda com todas as profecias anteriormente mencionadas. Em vista da palavra de Pedro, nós estamos bem certos de uma coisa – de que, a profecia do último livro do Novo testamento deve também coincidir com essas profecias mencionadas acima. Nós não devemos tirar a profecia dada em Apocalipse  do contexto da inteira Bíblia , das qual é uma parte e intenta dar uma especial interpretação. Aparte da primeira e segunda revelações do livro de Apocalipse (cap. 1; e cap. 2 e 3) que falam da igreja, sua terceira divisão (caps. 4 ao 22) coincidem em substancia com todas as profecias que nós examinamos antes de chegar a esse ponto.

Naturalmente, sendo o último livro da Bíblia, o Apocalipse contém coisas que não são encontradas em nenhum outro lugar dos livros precedentes das Escrituras; porém, nesse amplo esboço, ainda não pode ser “interpretado de maneira particular” mas deve ser provado e confirmado por outras Escrituras. De acordo com a chave mencionada no começo de nossa discussão, chave essa que o Espírito Santo tem nos providenciado como uma ajuda para interpretar essa profecia, nos é dado conhecer que todas as palavras da terceira divisão realmente apontam para o tempo futuro e para eventos futuros. Tendo isso como segundo plano, então, examinemos essa terceira divisão do livro para vermos como ela Coincide com as profecias anteriores.

 

A Terceira Divisão do Livro de “Apocalipse” Coincide Com Outras Profecias da Bíblia

Nós anteriormente vimos que a imagem humana nos escritos de Daniel simboliza o tempo do reinado gentílico. A partir dessa imagem, nós reconhecemos Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia, e Roma, representadas pela cabeça de ouro, o peito de prata, o ventre de bronze, e as pernas de ferro. Mas nós sabemos pela história que esses já passaram adiante; somente os pés da imagem – parte de ferro, parte de barro – ainda tem que ser revelados pela história humana. Esse dez dedos representam simbolicamente a futura confederação do Império Romano revivido que está para se levantar. Mas na plenitude dos tempos, uma pedra do céu (a qual pedra, como nós vimos, aponta para o Senhor Jesus) os quebrará em pedaços e irá, ela mesma, encher toda a terra. Da mesma forma, em Apocalipse nos é dito sobre dez chifres (13:1) que são dez reis (17:12), representando os últimos poderes dos gentios. Mas “pelejarão eles contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, pois é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis.” (17:14). Que concordância encontramos aqui com Daniel!

Na visão das bestas em Daniel 7, é registrado que um pequeno chifre veio dentre os dez chifres, e esse pequeno chifre “Proferirá palavras contra o Altíssimo, magoará os santos do Altíssimo [os judeus] e cuidará em mudar os tempos e a lei; e os santos lhe serão entregues nas mãos, por um tempo, dois tempos e metade de um tempo.” (v. 25). Na leitura de Apocalipse, nós tomamos conhecimento de uma besta (o pequeno chifre mencionado por Daniel) que é maior do que os dez chifres (17:12,13) e que fala blasfêmias (13:5) e faz guerra contra os Judeus (v. 7). Ele fala blasfêmias contra Deus (v. 6) e tem autoridade por quarenta e dois meses (v. 5). Mais uma vez nós vemos a perfeita harmonia.

Daniel 9 nos fala de setenta setes, dos quais sessenta e nove setes já passaram mas o septuagésimo sete ainda está para vir. Assim que vier o último sete, o Anticristo fará um pacto com os filhos de Israel; mas depois de três anos e meio ele quebrará o pacto e erguerá a imagem-ídolo, que é a “abominação da desolação”. Os dois últimos capítulos de Daniel repetem a menção do erguimento dessa abominação (11:31 e 12:11). Como nós já temos visto, o próprio Senhor Jesus se referiu a esse assunto também, e também o fez Paulo. E quando nós vamos ao Apocalipse, nós descobrimos a mesma coisa: é registrado como a segunda besta atiça as pessoas a fazerem a imagem da primeira besta e a adorá-la (13:14,15,4,8).

Daniel 9 observa como o Anticristo quebrará seu pacto na metade do último sete, que deixa sobrando outros três anos e meio. Isso coincide com os três anos e meio aludidos em Apocalipse capítulo 7 e mencionados diretamente em Apocalipse capítulo 12, período durante o qual o Anticristo estará no poder.

O tempo do Anticristo são, ao todo, quarenta e dois meses, (Ap 13:5), que são três anos e meio. Durante esse período, a crueldade podre da besta e a idolatria relacionada a ela serão exuberantes sobre a terra. É nessa época que Jerusalém será pisoteada novamente, e os dois homens vestidos de pano de saco levarão testemunho, e os santos perseguidos fugirão para o deserto para estarem sob a proteção de Deus, e também os gentios terão domínio na terra. Tudo isso acontecerá em três anos e meio. Em um curto período de tempo depois, o Messias reinará.

Nós temos, assim, visto como as profecias encontradas no livro de Apocalipse concordam com as profecias de Daniel encontradas no Velho Testamento. Agora, porém, vejamos como elas concordam com as profecias do Senhor Jesus.

De acordo com o registro de Mateus da palavras de Jesus, os sinais do fim são (1) falsos cristos (24:5; conf. também v. 24); (2) guerras (v.6,7); (3) fome (v. 7); (4) pestes (v. 7; conf. também Lc 21:11); (5) mártires (v. 9); e (6) sinais no sol, lua e estrelas (v.29). Comparando o que o registro de Mateus das palavras Jesus diz com os seis selos mencionados em Apocalipse, nós podemos prontamente ver as similaridades. Até mesmo a ordem deles é a mesma. Além disso, Jesus no livro de Mateus fala da “abominação da desolação... no lugar santo” (v. 15), mas o livro de Apocalipse também o faz (13:14,15). Em Mateus, o nosso Senhor avisa os judeus que, assim que eles virem o ídolo ser erguido, eles devem fugir; Apocalipse também descreve como eles fogem (12:6). Mateus registra que Jesus diz que por causa dos eleitos, aquele dia seria abreviado (24:22); Apocalipse declara: “o diabo... sabendo ele que seu tempo é curto...”(12:12). Jesus, no registro de Mateus, declara como os falsos cristos e os falsos profetas mostrarão grandes sinais e maravilhas para, se possível, desviar até os eleitos (24:24); e uma declaração similar é dada em Apocalipse: “ele enganou aqueles que habitam na terra por meio de seus sinais” (13:14). Em Mateus, Jesus conta como o povo procurará por um Cristo terreno (24:26); Apocalipse mostra como eles seguirão uma besta terrena (13:3). Finalmente, Mateus indica como o Senhor virá dos céus; e Apocalipse descreve como o Senhor com Seu exército virá dos céus com glória e poder (19:11-16).

Nós devemos também perceber a harmonia entre o Apocalipse e a profecia de Paulo aos Tessalonicenses. Paulo menciona a revelação do homem do pecado, o filho da perdição; Apocalipse fala do aparecimento do Anticristo (13:1). Paulo fala que o homem do pecado se oporá a Deus; Apocalipse registra como ele blasfema a Deus (13:6). Paula prediz como aquele homem do pecado exaltará a si mesmo como Deus para ser louvado; Apocalipse descreve como ele tem a sua imagem para receber veneração (13:14,15). Paulo descreve que a sua vinda é de acordo com a obra de Satanás; Apocalipse narra como ele recebe poder do dragão (ou seja, de Satanás) (12:9; 13:4). Paulo prediz que ele fará sinais e maravilhas de mentira; Apocalipse observa que “seu ferimento mortal [será] curado” (13:3; conf. também v.14). Paulo conclui que ele será destruído pela glória da vinda do Senhor Jesus; Apocalipse apresenta ele como sendo preso na vinda do Senhor e então sendo “lançado vivo no lago de fogo que arde com enxofre” (19:20).

Não podemos agora ver como as profecias do Apocalipse correspondem tão intimamente com todas as outras profecias tanto do Velho como do Novo Testamento? Quão verdadeiramente una é a palavra de do Senhor! Assim como as profecias citadas acima do Novo Testamento, e da mesma forma que o Velho Testamento aguarda seu cumprimento nos dias vindouros, também as palavras correspondentes em Apocalipse esperam suas futuras realizações.