" APRENDENDO A ANDAR COM DEUS EM ESPÍRITO E EM VERDADE EM QUALQUER SITUAÇÃO DE NOSSAS VIDAS " Parte 35

04/10/2012 10:05

 

O Caminho Verdadeiro Através Dos Conselhos De Deus – Parte 35

 

A Catequese

1. O Que é a Catequese

Significa repetir a viva voz. 

Este era o método peculiar que os apóstolos e pregadores primitivos usavam para ensinar oralmente a doutrina de Cristo. Faziam repetir em voz alta, servindo-se da memória. Este método nos lembra as escolas rabínicas, nas quais os discípulos aprendiam de memória os ensinamentos recebidos, repetindo as mesmas palavras do mestre, frase por frase. Este é o método que a igreja usou durante séculos (Lucas 1:4; Gálatas 6:6; Atos 18:25).

 

2. Algumas Considerações Importantes

I.          Para jogar (brincar) necessitamos de uma bola (vai para qualquer lado, diverte, porque é imprevisível e cheia de surpresas). Mas para trabalhar necessitamos de ferramentas (que se usam sempre da mesma forma; o serrote, o martelo, etc., nunca apresentam novidades).

II.        A palavra de Deus não deve ser usada como uma bola (para divertir com muitas novidades), mas como uma ferramenta (com disciplina e perseverança).

III.       Aqueles que dizem que a catequese e monótona, são os que tem maior dificuldade para praticar. É porque não dão valor ao que é simples. Não querem se encher da palavra. Gostariam de novidades.

IV.       A catequese, se usada corretamente, é muito mais que uma decoreba. A Catequese Não É Somente Para Saber, Mas Para Viver.

V.        Se alguém desanimar, por pensar que são muitos textos, deve entender que não necessita trabalhar com todos ao mesmo tempo. Deve pegar um de cada vez (como uma grande pilha de pratos para lavar).

VI.       Se não for ao pé da letra, logo muitos estarão dizendo qualquer coisa.

VII.     Deve haver muita repetição durante a semana (sozinho, no companheirismo, com o discipulador, etc.).

VIII.    A catequese não é apenas para entender, mas para fazer. Memorizar é apenas uma pequena parte. Quando alguém memorizou, recém fez uma parte mínima. Deve continuar repetindo e meditando até que encarne, que viva.

IX.       As vezes os mais demorados para entender são os que obedecem melhor. O mais entendido necessita da catequese, porque ela não é para saber, mas para viver.

3. A NOSSA POSTURA DIANTE NO VELHO TESTAMENTO

     

I – COMO É VISTO E PRATICADO HOJE EM DIA

 

1     As pregações de púlpito são, na sua maioria, vétero-testamentárias. Isso ocorre porque:

a)    O velho testamento consiste basicamente de histórias e, contar histórias, é bem mais simples do que “dissecar” as cartas de Paulo.

b)   As alegorias que o velho testamento contém e suas múltiplas tipologias, são o prato cheio de pregadores que desejam mostrar as “profundezas” da Palavra e assim ter um público cativo.

c)    São inúmeras as possibilidades de pregação, exemplos e histórias do velho testamento, proporcionando ao pregador um leque de opções para que suas mensagens não sejam as mesmas, mas possa apresentar a cada dia novidades, pois é disso que as multidões gostam.

 

“Ora, todos os atenienses, como também os estrangeiros que ali residiam, de nenhuma outra coisa se ocupavam senão de contar ou de ouvir a última novidade.”

                                                                                                                       (Atos 17:21)

 

2     Grande parte do modelo ministerial do VT é usado pela Igreja Moderna

 

a      O sistema levítico de sacerdócio. Por falta de esclarecimento, muitos irmão se dizem “levitas” por serem músicos, pastores ou missionários. Como ocorre isso na prática? Crêem eles que, por serem “levitas”, devem então receber os dízimos do povo para se dedicarem a fazer um serviço ministerial que os outros irmãos não podem fazer. Separam o serviço do rebanho do serviço pastoral, criando assim a chamada “casta sacerdotal”

b      O velho testamento também é usado como modelo de governo da Igreja e para fundamentar a construção de “templos” e para diferenciar pastores de pastores (senior) dando o exemplo dos sacerdotes e do sumo- sacerdote.

 

II    COMO A IGREJA PRIMITIVA VIA O ANTIGO TESTAMENTO

 

1     O Velho Testamento é útil (II Timóteo 3:16) mas não serve como base. O VT contém as sombras e figuras. Vamos analisar isso mais de perto.

“e havendo riscado o escrito de dívida que havia contra nós nas suas ordenanças,(pelo contexto, se refere ao AT) o qual nos era contrário, removeu-o do meio de nós, cravando-o na cruz;

 e, tendo despojado os principados e potestades, os exibiu publicamente e deles triunfou na mesma cruz.

 Ninguém, pois, vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa de dias de festa, ou de lua nova, ou de sábados,

 que são sombras das coisas vindouras; mas o corpo é de Cristo.”

                                                                         (Colossenses 2:14-17)

 

“Ora, se ele estivesse na terra, nem seria sacerdote, havendo já os que oferecem dons segundo a lei,

 os quais servem àquilo que é figura e sombra das coisas celestiais, como Moisés foi divinamente avisado, quando estava para construir o tabernáculo; porque lhe foi dito: Olha, faze conforme o modelo que no monte se te mostrou.

 Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de um melhor pacto, o qual está firmado sobre melhores promessas.

 Pois, se aquele primeiro fora sem defeito, nunca se teria buscado lugar para o segundo.

 Porque repreendendo-os, diz: Eis que virão dias, diz o Senhor, em que estabelecerei com a casa de Israel e com a casa de Judá um novo pacto.

 Não segundo o pacto que fiz com seus pais no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; pois não permaneceram naquele meu pacto, e eu para eles não atentei, diz o Senhor.”

                                                                                     (Hebreus 8:4-10)

 

“Era necessário, portanto, que as figuras das coisas que estão no céu fossem purificadas com tais sacrifícios, mas as próprias coisas celestiais com sacrifícios melhores do que estes.”

                                                                                       (Hebreus 9:23)

 

“Porque a lei, tendo a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas, não pode nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem de ano em ano, aperfeiçoar os que se chegam a Deus.”

                                                                            (Hebreus 10:1)

 

O que esses textos tem em comum? Todos eles se referem à lei. Mas que lei?

O Velho Testamento era composto de dois tipos de leis:

 

a      Leis morais: Todas as que afetam diretamente o caráter do homem e a conduta ética. É bem representada nos dez mandamentos (Êxodo 20), com exceção do quarto mandamento, que não afeta a moral. As leis morais foram aperfeiçoadas por Jesus no ensino do monte, onde Ele mostrou o “espírito da letra”. (ver Mateus 5:21,22; 27,28; 33-35; 38-40). Essas leis não dizem respeito ao governo da Igreja e nem ao  didaquê (ensino de Jesus e os apóstolos), mas tão somente ao aspecto moral do homem.

 

b      Leis cerimoniais: São as leis que não afetam a moral e sim as práticas de adoração, sacrifícios, festas e governo. Estão patentes no livro de Levítico e em todas as ordenanças acerca do sacerdócio e da forma de governo de Israel. São dessas leis que os versículos acima estão falando.

 

Veja que o que mais a Igreja Moderna está usando hoje é trazer práticas contidas nas leis cerimoniais, como o dízimo, a estrutura levítica, a forma de governo e em alguns grupos até o sábado, para o contexto da nova aliança. Essa lei foi abolida no Novo testamento. (Ver de novo os versículos transcritos acima). Quando fala de que o novo pacto aboliu o primeiro se refere exatamente à antiga aliança. Por isso os judeus não podem mais se ufanar dizendo que eles são o povo de Deus, pois a aliança antiga não tem valor com a nova, pois o novo pacto anula o primeiro.

 

2. A Palavra Apostólica é a nossa única fonte de informação.

Veja esse texto:

“e foi transfigurado diante deles; o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz.

E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele.

Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, farei aqui três cabanas, uma para ti, outra para Moisés, e outra para Elias.

Estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu; e dela saiu uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi”                                                                    (Mateus 17:2-5)

 

Nesse texto Jesus se transfigura a três de seus discípulos que seriam colunas da Igreja (Gálatas 2:9). Aparecem ao lado de Jesus, Moisés e Elias. Pedro, precipitadamente, queria fazer uma cabana para os três e a voz do Senhor foi incisiva para esses homens: “Este é o meu Filho amado...a Ele ouvi.” O que representava Moisés e Elias? Certamente aí estava uma tremenda representação da lei (Moisés) e dos profetas (Elias).

O Senhor queria que os discípulos entendessem que a partir daquele momento a única pessoa que eles deveriam ouvir e obedecer era Jesus. Eles seriam colunas da Igreja, por isso era tão importante que eles entendessem isso. E depois de tudo isso a mensagem ficou clara quando  “E, erguendo eles os olhos, não viram a ninguém senão a Jesus somente.”(vs 8) Só restou Jesus! Não temos que ficar preso olhando as sombras do VT pois agora temos a realidade que é Jesus. Aleluia! Como é simples a mensagem de Jesus! Como a Igreja Moderna tem complicado tudo! Voltemos à simplicidade que o apóstolo Paulo tanto temeu que nos afastássemos dela. “ Mas temo que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos entendimentos se apartem da simplicidade e da pureza que há em Cristo.”                          (II Coríntios 11:3)

CONCLUSÃO

Se quiséssemos edificar uma nação terrena, deveríamos buscar os princípios para essa obra no Velho Testamento, mas a Igreja é uma nação celestial (Efésios 2:6; Hebreus 12:22) e os princípios de sua edificação estão no Novo Testamento. “Outrora, quando não conhecíeis a Deus, servíeis aos que por natureza não são deuses;

agora, porém, que já conheceis a Deus, ou, melhor, sendo conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir?

Guardais dias, e meses, e tempos, e anos.

Temo a vosso respeito não haja eu trabalhado em vão entre vós.”

                                                                           (Gálatas 4:8-11)