" CONSTRUA UMA FAMÍLIA SÓLIDA EDIFICADA NOS FUNDAMENTOS DE DEUS E ELA NÃO CAIRÁ MEDIANTE AS TEMPESTADES DA VIDA " Parte 1

02/10/2012 09:56

Construindo Paz na família

Parte 1

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Um dos maiores desafios de um cristão é abençoar sua família.

Por conhecermos cada pessoa há muito tempo, a familiaridade nos torna mais incrédulos sobre as mudanças, mais exigentes quanto aos defeitos e resistentes ao perdão. Conhecemos as fraquezas uns dos outros e, por muitas vezes, as atingimos e somos atingidos porque estamos muito próximos. Além disso, cada palavra falada por uma pessoa da família tem um peso mil vezes maior do que vinda de uma pessoa fora dela. Principalmente se é de um pai para um filho ou uma filha ou de uma mãe para um dos filhos ou filhas.

Nós não temos como mudar as pessoas. Quem dera pudéssemos abrir certas mentes e colocar algumas ideias na cabeça. Mas ninguém garante que isso ia realmente ser bom... Mas, na realidade, para nós, seres humanos, só há uma forma de mudar as pessoas: ...  mudando  a nós mesmos. E a grande revolução que o Pai nos chamou a fazer foi a revolução do amor. Quanto à família, um versículo em especial saltou ao meu coração: “Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente.” (1Timóteo 5:8).

Hipocrisia,  rebeldia e coerência Vivemos em um mundo de muita hipocrisia e rebeldia e essas reações estão conectadas, principalmente nos jovens. Ao entrar na fase de adolescência, começamos a nos perguntar conscientemente a respeito de uma palavra que irá direcionar muita coisa em nossa vida. A Palavra é coerência. Comparamos discurso e ação através da lógica e atribuímos valor à pessoa que os emite.

O filho jovem que vê os seus pais se dividirem entre várias personalidades, uma em casa, outra na igreja, outra com os amigos, perderá a confiança neles porque a noção de coerência vem com a noção de valor agregada a ela. Se o seu discurso de divide da prática também dividirá a sua família.

 

Coerência e segurança nos lares

Uma criança percebe a incoerência (falta de integridade) nos pais, masnão a discerne, somente a aprende. Uma criança aprende a ser dissimulada sem saber o que é dissimulação. Um jovem pode aprender dissimulação por sobrevivência, mas ele necessita de um referencial seguro no seu lar, por isso rejeita a hipocrisia e a condena, muitas vezes se revoltando contra quem a pratica. A criança também se sentirá menos segura num ambiente em que a verdade é só a versão dos fatos que mais agrada seus pais num determinado momento. Um dos problemas básicos é que a incoerência impossibilita a confiança, que é a base da segurança no ambiente familiar. A incoerência com o discurso que é consciente é chamada de hipocrisia. A hipocrisia destrói a confiança e, portanto, a segurança. Não se pode confiar numa pessoa hipócrita. Se ela finge ser o que não é para alguém, fatalmente fingirá para você também. Essa pessoa é desleal e receberá em troca deslealdade  e revolta.

 

 

Justiça e Coerência

Mas, rejeitar a incoerência com o discurso não é privilégio dos jovens. Os adultos sofrem profundamente com discursos incoerentes, os quais eles já chamam de mentira. Esse tipo de mentira move um sentimento de traição que vai em conjunto. É a mentira de proclamar um princípio e não vivê-lo, tão em voga, hoje, entre os cristãos infelizmente. Nós proclamamos que buscamos a justiça de Deus para as nossas vidas, mas sobrecarregamos as pessoas que vivem conosco com todo o tipo de serviço doméstico. Como o caso de dois professores universitários que chegaram em casa do trabalho, ambos cansados, a esposa foi fazer o jantar e o marido assistir TV, depois do jantar, ela foi lavar os pratos e ele voltou a assistir TV... Ela, então, indignada, perguntou: “Porque eu tenho que fazer o jantar e ainda lavar os pratos?”. O marido, respondeu: “Você fez o jantar porque eu não sei cozinhar e lavou os pratos porque decidiu lavar.” – e voltou a assistir TV... Essa era a atitude daquele homem com relação a tudo dentro de casa: problemas, contas, manutenção, todas as providências.

Ele sentava a se divertia enquanto ela lidava com as responsabilidades. Como era essa a atitude dele em relação a tudo o que ocorria na casa, o casamento naufragou por falta de amor suficiente para torná-los companheiros. Porque o companheiro leva as cargas com o outro e não o sobrecarrega.

Dentro de uma estrutura familiar precisamos de justiça e coerência entre pais, mães, filhos e filhas. A bíblia diz: “Porque, quando ainda convosco, vos ordenamos isto: se alguém não quer trabalhar, também não coma.” (2 Tessalonicenses 3:10). Não podemos fazer a parte do coração dos outros, mas podemos fazer a nossa parte. Até mesmo na igreja, o crescimento só acontece quando cada um contribui com a “[...] a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação  de si mesmo em amor.” (Efésios 4:16). E quando fazemos a nossa parte, ganhamos crédito  para requerer mudanças dos outros pelo simples fato de estarmos fazendo-a e os deixando sem justificativas para continuarem sem mudar. Conheci um rapaz que tinha a vida familiar destruída porque se recusava a contribuir em sua casa, apesar de ser cristão. Quando ele mudou nesse aspecto tudo mudou inclusive seus pais.

Tudo o que quebra a confiança, quebra a paz no vínculo familiar. Há muitos pais que não mantém a integridade da sua palavra. Prometem apenas para se  verem   livres das requisições dos filhos ou para convencê-los a fazer algo, mas a promessa nunca teve intenção de ser cumprida. Esses filhos de pais sem integridade terão dificuldades de confiar, inclusive em Deus e tenderão à revolta e rebeldia porque essa é a reação mais comum à desconfiança, o sentimento de traição. Serão pessoas adultas que viverão na expectativa da mentira das pessoas que o rodeiam.

Quando uma promessa feita não é cumprida, por menor que seja, os filhos se sentem traídos pelos pais. A confiança entre pais e filhos é essencial, é ela quem sustenta a segurança de um lar e subsidia o princípio da confiança em Deus.

Mas, para a mentira ou o não cumprimento da palavra, existe o perdão. Porque Deus não nos Desculpará  de estarmos magoados porque outra pessoa pecou. Ela dará conta do pecado dela e nós do nosso:

Por que, pois, se queixa o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus próprios pecados.

Esquadrinhemos os nossos caminhos, provemo-los e voltemos para o SENHOR. Levantemos o

coração,  juntamente com as mãos, para Deus nos céus, dizendo: Nós prevaricamos e fomos rebeldes, e tu não nos perdoaste. (Lamentações 3:39-42)

É preciso perdoar para ser ouvido por Deus: “Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te

lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta.” (Mateus 5:23-24). Se você tem dificuldade nessa área, medite e ore ao Espírito Santo para te ajudar, para te instruir  e te libertar nessa área.