" PERECEMOS QUANDO NÃO CONHECEMOS E NEM ENTENDEMOS AS ESCRITURAS SAGRADAS" Parte 13
ENRIQUECENDO-SE COM A BÍBLIA – Parte 13
7. Beneficiamo-nos das Escrituras quando a oração se torna uma alegria real e profunda.
Meramente "dizer as orações" a cada manhã e tarde é uma tarefa enfadonha, um dever que produz um suspiro de alívio ao ser realizado. Porém, realmente chegar à presença consciente de Deus, contemplar a luz gloriosa de Sua face, ter comunhão com Ele diante do propiciatório, é prelibação da bem-aventurança eterna que nos espera nos Céus.
Aquele que é abençoado com essa experiência pode dizer juntamente com o salmista: "Quanto a mim, bom é estar junto a Deus... " (Salmo 73:28).
Sim, é bom para o coração, porque esse é aquietado; é bom para a fé, pois essa é fortalecida; é bom para a alma, pois ela é abençoada.
A ausência dessa comunhão de alma com Deus é a raiz que impede a resposta às nossas orações: "Agrada-te do SENHOR, e Ele satisfará aos desejos do teu coração" (Salmo 37:4).
Qual é o fator que, sob a bênção do Espírito Santo, produz e promove essa alegria na oração? Em primeiro lugar, é o deleite do próprio coração em Deus, como o grande Objeto da oração; e, mais particularmente, o reconhecimento e a percepção de Deus como nosso Pai.
Por essa razão é que quando os discípulos pediram ao Senhor Jesus que lhes ensinasse a orar, Ele respondeu: "... vós orareis assim: Pai nosso que estás nos Céus..." (Mateus 6:9).
E também se lê : "E, porque vós sois filhos, enviou Deus aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba (termo hebraico que significa "Pai") Gálatas 4:6.
E isso inclui um deleite filial e santo em Deus, tal como as crianças têm em seus progenitores, quando se dirigem de maneira mais amorosa a eles. Por essa razão, por semelhante modo, é que nos é dito, em Efésios 2:18, para fortalecimento da fé e para consolo de nossos corações que "...por Ele (ou seja, Cristo), ambos temos acesso ao Pai em um Espírito".
Que paz, que certeza e que liberdade isso nos confere à alma – sabermos que nos aproximamos de nosso Pai!
Em segundo lugar, a alegria na oração é promovida pelo fato de que o coração aprende e a alma vê a Deus, como Alguém assentado no trono da graça – uma visão de expectação, conferida, não pela imaginação carnal, e, sim, pela iluminação espiritual, já que é pela fé que vemos "...aquele que é invisível" (Hebreus 11:27), porque também a fé é "... a convicção de fatos que se não vêem" (Hebreus 11:1), o que faz com que o seu objeto se torne evidente e presente para aqueles que crêem.
Tal vista de Deus sobre um "trono" não pode deixar de arrebatar a alma.
Por isso mesmo, somos exortados: "Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna" (Hebreus 4:16).
Em terceiro lugar, e isso com base no último trecho bíblico citado, a liberdade e o deleite na oração são estimulados polo consciência de que Deus, por intermédio de Jesus Cristo, está disposto e pronto a dispensar graça e misericórdia aos pecadores súplices. Não há nEle qualquer relutância que precisamos vencer.
Por esse motivo é que ele é representado, em Isaías 30:18, do seguinte modo: "Por isso o SENHOR espera, para ter misericórdia de vós, e se detém para se compadecer de vós, porque o SENHOR é Deus de justiça; bem-aventurados todos os que nele esperam".
Sim, Deus espera ser solicitado por nós; Ele espera que depositemos fé em Sua pronta disposição para abençoar-nos. Seus ouvidos estão perenemente abertos para os clamores dos justos. Assim sendo, "... aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé... " (Hebreus 10:22). E também se lê em Filipenses 4:6,7 : "... em tudo, porém, sejam conhecidas diante de Deus as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graça. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e as vossas mentes em Cristo Jesus".