" A VERDADEIRA IGREJA DE CRISTO" Parte 4

18/08/2011 10:25

 História da Igreja - Parte 4

Movimentos de Protesto

Uma das principais causas do fracasso da Igreja daquela época, foi o descuido por parte dos seus líderes para com o povo que a compunha. Os párocos acomodados, se davam por satisfeito com o que prescrevia o rito latino, o qual nem o povo e às vezes nem eles mesmos entendiam.

Não se pense que o povo ficou de todo calado diante de tanto desprezo, sem lançar os seus protestos e condenação à vida acomodada do clero. Logo no início do século XII, surgiram vários movimentos de oposição à atitude do clero e o estado imoral da Igreja, por parte dos homens que conheciam a sua situação. O mais importante desses movimentos teve lugar no sudoeste da França, sob a chefia de Pedro de Bruys e Henrique de Lausane. Eles opunharam-se decididamente à superstição reinante na Igreja, à certas formas de culto e à imoralidade do clero. Este movimento foi chamado de " Petrobrussiano", e desenvolveu-se por vasta região. Muitas pessoas aderiram a ele, abandonando a Igreja e escarnecendo do clero.

Os Cataristas. Outra força de protesto contra a impureza da Igreja na naquela época foi um poderoso partido religioso chamado de "Cataristas". O mesmo se expandiu grandemente no fim do século XII, alcançando o seu apogeu durante o século XIII. Na realidade, era uma igreja rival que possuía seu próprio ministério, sua organização, seu credo, seu culto e seus sacramentos.

Os Valdenses. Outro grande movimento de protesto à situação decadente da Igreja foi o dos "Valdenses", chefiado por Pedro Valdo, um negociante de Lião. Esse, movido pelo capítulo 10 de Mateus, começou a distribuir todo o seu dinheiro entre os pobres, vindo a tornar-se um evangelista itinerante. A ele juntaram-se grandes multidões que faziam frente à Igreja espiritualmente enfraquecida. Foram excomungados pelos papas da época, mas ao final da Idade Média, estavam fortemente organizados. Ainda que perseguidos pela inquisição papal, continuavam sempre ativos no ensino do Evangelho e na distribuição de manuscritos parciais das Escrituras.

Os Irmãos. Esses dissidentes chamavam a si mesmos de "irmãos", e eram muito parecidos com os Valdenses. Possuíam uma fé muito simples e eram conhecidos pela vida santa que viviam. Nada tinham com a Igreja romana e o seu clero. Realizavam suas reuniões falando a língua do povo. Praticavam a leitura da Bíblia, e pelo crescimento do seu movimento, assim como os Valdenses, promoviam um trabalho missionário ativo.

A Igreja, porém, nada aprendeu com essa onda de protestos, no sentido de corrigir os seus erros. sua única resposta foi a "Inquisição", através da qual mandava matar os que falavam contra ela e não se retratassem. Tal atitude vaticinava a sua própria condenação no tempo e na história.

WYCLIF E HUSS

As atitudes tomadas pela Igreja, conforme tratamos no final do testo anterior, ou seja, o estabelecimento da Inquisição como meio de silenciar os protestos contra os abusos do clero, deram origem a duas revoltas que a Igreja não pode reprimir, encabeçada por João Wiclef, na Inglaterra e João Huss, na Boêmia. Ambas aconteceram nos séculos XIV e XV.

João Wyclef e João Huss. ( Devido ao grande espaço que se está ocupando neste artigo, eu coloquei a biografia de João Wycleff e João Huss junto com a seção de Heróis de Cristo )

A RENASCENÇA

O Renascimento significou uma uma nova visão do mundo, com ênfase sobre esta presente vida, sua beleza e alegria, sobre o homem como tal - mais que sobre o céu ou o inferno futuros e sobre o homem como objeto de salvação ou perdição. O meio pelo qual se realizou esta transformação foi a reapreciação do espírito da antigüidade clássica, especialmente como manifesta em seus grandes monumentos literários.

O Início do Período Renascentista

A Renascença teve seu início na Itália. Pelo menos três foram às influências que favoreceram seu aparecimento: 1) O enfraquecimento repentino do dois poderes da Idade Média - o papado e o Império Romano; 2) O poder imperial que entrava em colapso no fim do século XIII; 3) A mudança do papado para Avinhão, na França, no começo do século XIV.

Era o despertar da humanidade de um sono quase eterno ! Todas as faculdades da natureza humana foram maravilhosamente despertadas e todas as atividades humanas apresentaram substanciais progressos.

Petrarca ( 1304 - 1314 ) foi o primeiro italiano renascentista, tendo revelado força dominante. Tinha grande interesse pela literatura latina, especialmente os escritos de Cícero. Foi amigo de príncipes e figura de influência internacional. Faltava-lhe, porém, seriedade profunda; era vaidoso e egoísta. Ainda assim induziu pessoas a um renovado interesse pela antigüidade e por uma nova visão do mundo.

A Imprensa e as Grandes Descobertas

O movimento renascentista foi ampliado com a grande invenção da imprensa por João Gutemberg, da Mogúncia, pelos idos de 1450. Esta arte espalhou-se com muita rapidez, de sorte que muitos livros que eram propriedade de uns poucos, foram multiplicados e espalhados entre um número maior de pessoas. Mas de trinta mil publicações apareceram antes do ano de 1500.

O Mais importante centro do Renascentismo italiano foi Florença, se bem que influencio muitas outras cidades.

Com o pontificado de Nicolau V, poderoso patrono como chefe da Igreja, Roma se tornou sua sede principal. A fundação da biblioteca do Vaticano se deve a ele.

Esse e outros papas, representaram a Renascença italiana em épocas diferentes; no entanto, sob nenhum aspecto representaram também o espírito real de uma Igreja que, para milhões, era a fonte de conforto nesta vida e a esperança no porvir. Nem mesmo esse papado representava a vida religiosa da Itália. Desse modo, o Renascimento só atingiu as classes cultas e superiores. Mesmo assim, o povo mais simples respondia aos apelos dos pregadores do Evangelho.

É também neste aspecto da Renascença - renovação ou renascimento cultural - que encontramos uma preparação direta para o advento da reforma da religião.

Renovado Interesse Pelas Escrituras

A disseminação grega contribuiu para que os homens lessem o Novo Testamento no original. E quando comparavam os belos ensinos de Cristo e dos apóstolos com a vida da Igreja que estava ao redor deles, muitos famosos humanistas se convertiam, se transformando em destemidos reformadores. Isto foi o que se verificou principalmente na Alemanha, França e Inglaterra.

João Colet, de Oxford, e o grande cultor do Novo Testamento, Erasmo (holandês), representam esse resultado religioso do reavivamento cultural. Naquela época a Bíblia adquiriu posição incomum na vida dos homens de cultura, e, na proporção que isso acontecia, a Igreja papa caminhava para o maior flagelo de sua história - a Reforma.

A REFORMA

No início do século XVI, a Igreja atravessava uma das fases mais difíceis da sua história. Ela já não era aquela Igreja pequena, simples e pura dos primórdios. Ela cresceu. Surgiram concomitantemente problemas profundos e prolongados. Sacerdotes inescrupulosos fizeram sua, aquela que até então era tido como a causa do Senhor.

Muitos homens santos, verdadeiros apóstolos da verdade, como João Wyclef e João Huss, que apareceram na sua longa trajetória de quinze séculos, por ordem dos líderes eclesiásticos foram perseguidos, encarcerados, despojados dos seus direitos e mortos. Mas a morte desses não foi em vão, os livros que escreveram, as mensagens que proferiram e seu sangue derramado, Deus os fez sementes que, semeados em terra fértil, a seu tempo nasceram, cresceram e frutificaram. O sol da realidade do Evangelho precisava nascer. Enquanto isso, nos campos ressequidos pelo desespero e ignorância espiritual, a esperança reverdecia: nova era viria sobre o mundo.

O despertar da natureza humana se processou de forma tão extraordinária que foi necessário uma nova palavra: RENASCIMENTO. O Movimento Renascentista, surgido no século XIV, assumira toda sua pujança no final do século XV. Todas as faculdades da natureza humana foram dimensionadas e todas as atividades humanas apresentaram progressos gigantes. Essa foi uma época de grandes descobertas: Cristóvão Colombo descobriu a América; a descoberta do sistema solar de Copérnico revolucionou as idéias humanas a respeito do universo. Também, nessa época foi inventada a imprensa com tipos móveis por Gutemberg. Graças a seus recursos, as idéias se espalharam mais rapidamente. A mente humana foi ainda mais despertada e fortalecida para futuros empreendimentos de grandes dimensões, o maior dos quais veio a ser a Reforma Protestante, liderada por Martinho Lutero ( ver biografia em Heróis de Cristo ).