" FAMÍLIA - LUGAR QUE DEUS DETERMINA PARA TUDO PROSPERAR EM CONFORMIDADE COM A SUA VONTADE EXPRESSADA E REVELADA EM SUA SANTA PALAVRA. "

27/03/2015 07:55
AS INTERAÇÕES FAMILIARES PODEM INFLUENCIAR O COMPORTAMENTO ADICTIVO
A família é componente fundamental tanto na dependência como em seu tratamento. 
 
As interações familiares podem sim reforçar e influenciar muito o comportamento do consumo compulsivo de álcool e outras drogas. 
 
Normalmente os comportamentos (e entre eles o processo de adicção) são aprendidos e mantidos dentro de um esquema de reforçamento positivo e negativo nas interações familiares.
 
Geralmente, os membros da família constituem as “vítimas primárias” da dependência, além do próprio paciente. 
 
Vitimização, superproteção, culpas, raiva, privações e desespero são sentimentos observados em familiares do dependente que inicia o tratamento.
 
Agressões físicas, furtos e negligência dificultam ainda mais a situação familiar, com consequências diretas em todas as suas relações pessoais. 
 
A família se torna, assim, uma parte significativa do problema e fator de sua amplificação.
 
Durante o tratamento sempre deparamos com familiares com conhecimentos insuficientes sobre a dependência química para compreender a necessidade da participação no processo terapêutico e poder lidar satisfatoriamente com o problema. 
 
Preconceitos e sofrimento acumulado interferem no processo terapêutico.
 
Existe uma tendência dos familiares se sentirem culpados e envergonhados por estarem nesta situação. 
 
Infelizmente, devido a estes sentimentos, muitas vezes a família demora muito tempo para admitir o problema e procurar ajuda externa e profissional, o que leva o problema a ser ainda mais agravado.
 
O momento da internação de um dependente químico quase sempre traz não só ao próprio dependente, mas, principalmente à família, sentimentos de dúvidas, medo e insegurança – que acabam gerando muitos conflitos.
 
Comumente o momento da internação é antecedido por várias tentativas (paliativas) de recuperação com o objetivo de evitar uma internação. 
 
Provavelmente, há a intenção e a esperança de acertar, mas, infelizmente estas tentativas paliativas não funcionam! Inicia-se então, uma intensa e cansativa busca de um tratamento adequado. 
 
Nesta fase a família já se encontra quase sempre esgotada, desestruturada, sem esperanças e completamente adoecida.
 
Assim sendo, no período de internação do dependente químico deve-se ter como um dos objetivos a conscientização da família sobre a seriedade da 
doença da adicção, a dificuldade de vivenciar situações tão destruidoras sozinhos, e, paralelamente, alertá-la sobre a importância da busca de 
mecanismos de ajuda adequados como: profissionais especializados, grupos de apoio (AA, NA, Amor Exigente) etc., que a oriente e possa prepará-la para conviver adequadamente com esta doença. 
 
Caso contrário, a desordem estabelecida nesta família só vai se agravando.
 
Durante o tratamento do paciente deve-se procurar ajudar aos familiares a reavaliarem sua postura, conduta, posicionamento frente ao dependente químico. 
 
Além disso, a terapia é uma forma dos familiares também receberem apoio e amparo.
 
Também incentivamos a família começar discutir seus (pré-) conceitos, melhorar a qualidade das relações interpessoais para criar uma real estrutura de suporte ao paciente que auxilie em sua reabilitação.
 
As famílias precisam lidar com mal-entendidos, defesas mal-estruturadas, estigmas e sua própria ignorância em relação às diversas dimensões do problema da dependência de substâncias psicoativas.
 
Faz-se necessário que a família aprenda a não “sabotar” o processo de recuperação do paciente e até mesmo sua abstinência. 
 
Muitas vezes a própria família não suporta ver seu familiar bem, pois sente-se insegura sobre sua própria vida e acaba encontrando formas (inconscientemente) de fazerem o seu familiar recair! 
 
O que faço agora com a minha vida se ele não precisa de mim? 
 
Terrível engano, pois é neste momento que o dependente químico em recuperação mais necessita da família.
 
Os profissionais já se acostumaram com perguntas de familiares do tipo “Mas se ele é dependente de cocaína, por que não posso oferecer uma cervejinha pra ele no churrasco, junto com a família?”.
 
A mudança no estilo de vida, objetivo final do tratamento da dependência, também é a proposta de nosso modelo terapêutico.
 
Não existe um único tratamento que sirva para todos; uma fórmula, um remédio. 
 
Algumas pessoas podem ter excelentes resultados com os grupos de auto-ajuda, outras não se sentiram confortável nesta situação preferindo um atendimento médico. 
 
O tratamento mais indicado surge após algumas conversas e tentativas, e envolve a participação do dependente, da família e da equipe de profissionais multidisciplinar responsável.
 
Por isso, algumas vezes é necessário que a família encontre, além do trabalho com grupos de ajuda, alternativas tais como: uma terapia individual, de casal e outras com o objetivo de facilitar a compreensão e aceitação não só da doença, mas das mudanças quem se fazem necessárias em seus próprios comportamentos.
 
Se você, como familiar, não está bem, se ainda não conseguiu se recuperar das questões emocionais negativas e viver sua própria vida como pode esperar que seu familiar internado volte ao seu lar e faça isto?
 
O paciente volta ao lar após um período de recuperação e precisa encontrar um novo ambiente, ele sai em recuperação, mas e o familiar, continua com todos os comportamentos iguais, fragilizados, cheios de mágoa e dor?
 
Durante as reuniões de terapia familiar as famílias encontram pessoas que vivenciam o mesmo problema e trocarão experiências, sentimentos e saber como estas pessoas lidam com todas estas questões.
 
O tratamento ajuda a resgatar aquilo que você deixou para trás, a sua própria vida!
 
Ensine a viver vivendo bem, não é possível que você devolva a identidade do outro sem que você resgate a sua!
Colaboração de Robson Soares
Líder Técnico dos Conselheiros da Clínica Grand House
e Terapeuta Familiar.