" OS VERDADEIROS E LEAIS AMIGOS, SEMPRE IRÃO ATÉ AS ÚLTIMAS CONSEQUÊNCIAS POR SEUS AMIGOS, INDEPENDENTE DE QUÃO MÁS ELAS POSSAM SER. "

21/07/2016 09:52
O FALCÃO E O CÁLICE                                            
Conta a lenda que certa manhã, o guerreiro mongol Gengis Khan e sua corte saíram para caçar.
 
Enquanto seus companheiros levavam flechas e arcos, Gengis Khan carregava seu falcão favorito no braço, que era melhor e mais preciso que qualquer flecha, porque podia subir aos céus e ver tudo aquilo que o ser humano não conseguia ver.
Entretanto, apesar de todo o entusiasmo do grupo,
não conseguiram encontrar nada. Decepcionado, Gengis Khan voltou para seu acampamento. 
 
Mas, para não descarregar sua frustração em seus companheiros, separou-se da comitiva e resolveu caminhar sozinho. Tinham permanecido na floresta mais tempo que o esperado e Gengis Khan estava morto de cansaço e de sede.
 
Por causa do calor do verão, os riachos estavam secos, não conseguia encontrar nada para beber até que, enfim, avistou um fio de água descendo de um rochedo à sua frente.
 
Na mesma hora, retirou o falcão do seu braço, pegou o pequeno cálice de prata que sempre carregava consigo, demorou um longo tempo para enchê-lo e, quando estava prestes a levá-lo aos lábios, o falcão levantou voo e arrancou o copo de suas mãos, atirando-o longe. Gengis Khan ficou furioso, mas era seu animal favorito, talvez estivesse também com sede.
 
Apanhou o cálice, limpou a poeira e tornou a enchê-lo.
 
Após outro tanto de tempo, com a sede apertando cada vez mais e com o cálice já pela metade, o falcão de novo atacou-o, derramando o líquido.
 
Gengis Khan adorava seu animal, mas sabia que não podia deixar-se desrespeitar em nenhuma circunstância, já que alguém podia estar assistindo à cena de longe e mais tarde contaria aos seus guerreiros que o grande conquistador era incapaz de domar uma simples ave.
 
Desta vez, tirou a espada da cintura, pegou o cálice, recomeçou a enchê-lo. Manteve um olho na fonte e outro no falcão.
 
Assim que viu ter água suficiente e quando estava pronto para beber, o falcão de novo levantou voo e veio em sua direção. Gengis Khan, em um golpe certeiro, atravessou o seu peito do falcão, matando-o.
 
Retomou o trabalho de encher o cálice. Mas o fio de água havia secado. Decidido a beber de qualquer maneira, subiu o rochedo em busca da fonte.
 
Para sua surpresa, havia realmente uma poça de água e, no meio dela, morta, uma das serpentes mais venenosas da região. Se tivesse bebido a água, já não estaria mais no mundo dos vivos.
Gengis Khan voltou ao acampamento com o falcão morto em seus braços. Mandou fazer uma reprodução em ouro da ave e gravou em uma das asas: Mesmo quando um amigo faz algo que você não gosta, ele continua sendo seu amigo. Na outra asa: Qualquer ação motivada pela fúria é uma ação condenada ao fracasso. 
 
Nem sempre o que parece ser, realmente é!
 
Leais são as feridas feitas pelo amigo, mas os beijos do inimigo são enganosos. Provérbios 27.6
 
Eu de muito boa vontade gastarei, e me deixarei gastar pelas vossas almas, ainda que, amando-vos cada vez mais, seja menos amado. 2 Coríntios 12.15