Toda família é instituída por Deus para honrar, glorificar e exaltar o Seu Santo Nome, anunciando em toda a terra os seus maravilhosos feitos !“ parte 8

17/02/2014 18:07

Familia Cristã - INSTRUMENTO DE AMOR EM DEUS NA TERRA – Parte 8

                             

O DIVÓRCIO

Antes de considerar os ensinos Bíblicos sobre o divórcio, seria bom lembrar algumas coisas em geral sobre a interpretação das Escrituras que têm influência sobre este assunto. A interpretação correta terá o apoio de toda a Escritura, mas nem sempre será como nós pensamos ou sentimos (2 Pedro 1:20). Também temos de manejar bem a Palavra, lembrando que há diferença entre Israel e a igreja (I Cor. 10:32 e II Tim. 2:15) e que não acharemos a doutrina para a igreja no Antigo Testamento, nem nos Evangelhos, mas nas cartas dos apóstolos (At 2:42). Trechos nos evangelhos, que não achamos nas cartas, muitas vezes são dirigidos ao povo de Israel, e não à igreja. Por exemplo, Mateus 24 revela o futuro dos judeus no tempo da tribulação que é muito diferente do futuro da igreja, revelado em I Tes 4:13-18. Veremos a importância destas coisas durante a meditação sobre o divórcio.

1. DIVORCIO NO ANTIGO TESTAMENTO

A) Deut 24:1-4: O divórcio não apareceu até os dias de Moisés, mais ou menos três mil anos depois do primeiro casamento. Os desvios do plano divino (de um homem com uma mulher para a vida inteira, vieram em etapas, primeiro a bigamia (Gen. 4), depois a poligamia (Gen. 6), e por fim o divórcio (Deut.24).Moisés não "ordenou" o divórcio, mas o "permitiu" por causa da dureza dos corações daquele povo que queria deixar suas esposas e casar com outras (Mat.19:7,8). Notamos também que somente os homens receberam esta permissão pela lei, e somente no caso de "coisa feia" descoberta na esposa. Havia muitas opiniões entre os judeus sobre estas "coisas feias" e alguns divorciavam simplesmente porque sua esposa não cozinhava como eles queriam. Evidentemente as "coisas feias" não incluíam o adultério, pois este pecado foi julgado com a morte (Deut. 22:22).

B) Malaquias 2:15,16: Os abusos desta lei aumentaram com tempo e no fim do Antiqo Testamento o Senhor condenou a infidelidade dos maridos às suas mulheres e disse que Ele "odeia o divórcio". Esta afirmação, sem qualquer exceção, ensina-nos como Deus ainda pensa sobre o divórcio nos dias de desvios em que vivemos. O fato que Ele permitiu divórcio na lei não indica que é a Sua vontade, como também o fato que ele permitiu o rei Saul em Israel não indicou que esta foi a Sua vontade. Deus respeita a vontade do homem e não impedirá seus desejos errados, mas avisa que haverá conseqüências dolorosas por causa deste desvio da vontade de Deus.

2. DIVORCIO NOS EVANGELHOS

A) Mateus 5:31, 32: Aqui Cristo citou Deut. 24:1 e as palavras "Eu, porém, vos digo", usadas várias vezes neste capítulo, mostram que a nova aliança exige uma santidade maior do que a lei de Moisés. Notamos também que aqui o divórcio é permitido somente para o homem, e apenas no caso da prostituição da mulher (Mat. 5:32 -Corrigida). A explicação desta permissão será dada logo mais.

B) Mateus 19:3 a 12: Aqui, voltando para o primeiro casamento, e não à lei, o Senhor ensinou os fariseus claramente sobre a indissolubilidade do casamento como planejado por Deus desde o princípio. Mais uma vez, a permissão é dada (v.9) para o homem divorciar sua mulher no caso da sua "prostituição". Muitos pensam que Cristo aqui deu a permissão para todos cujos cônjuges têm sido infiéis, a procurarem o divórcio, mas há várias razões importantes que mostram que este não é o caso.

É somente em Mateus que esta cláusula é dada. Em Marcos 10: 10,11 e Lucas 16:18, onde Cristo ensinou sobre o divórcio, ela não aparece. Lembrando o que foi mencionado no início sobre manejando bem a "Palavra", devemos lembrar que Mateus foi usado para escrever principalmente com o JUDEU em mente, e que nem tudo que escreveu tem aplicação para a igreja.

A base desta permissão é por causa da PROSTITUIÇAO da mulher (Corrigida). Reconhecendo que a palavra "pornéia", que o Senhor usou aqui, às vezes pode ser traduzida " relações sexuais ilícitas" ou "fornicação", nunca deve ser traduzida assim quando a palavra "moicheia" (adultério) também está no mesmo versículo, como aqui, pois neste caso Deus fala sobre dois pecados diferentes, e não somente sobre impureza sexual em geral. Prostituição é participar no ato sexual antes de ser casada. Adultério significa a relação sexual depois, mas fora do casamento.

Em Marcos 7:21, onde também os dois pecados são mencionados juntos, a Bíblia Atualizada corretamente usa "prostituição" e isto nos faz perguntar porque não foi traduzida assim em Mat. 19:9? Possivelmente os tradutores não entenderam como a mulher casada pode praticar a prostituição.

A dificuldade sobre como a mulher casada podia praticar a prostituição é facilmente explicada se lembrarmos do contexto judaico do Evangelho de Mateus. Pela Lei o casal era considerado marido e mulher desde o começo do DESPOSADO, mas não tiveram relações sexuais até o dia das bodas, mais ou menos um ano depois. Se acontecesse infidelidade na mulher durante este período, o casamento podia ser anulado pelo divórcio, e, se o homem quisesse, ela podia ser a apedrejada de acordo com a lei. No caso de José e Maria, que estavam neste tempo "desposado", José pensou em divorciar Maria pela infidelidade suspeitada nela antes que o anjo o esclarecesse (Mt 11: 18-25). Este é o caso governado pela cláusula em Mateus 5:19.

Para esta cláusula ter aplicação para a Igreja hoje, seria necessária a repetição dela nas cartas dos Apóstolos, pois a base da Igreja desde o princípio foi a doutrina dos Apóstolos ( Atos 2:42).

C) Marcos 10:11,12 e Lucas 16:8 -: Estes trechos ensinam claramente que o homem ou mulher que se divorcia e casar de novo, por qualquer motivo está vivendo no pecado do adultério. O casamento original ainda é válido aos olhos de Deus e não há exceção qualquer mencionada aqui.