Toda família é instituída por Deus para honrar, glorificar e exaltar o Seu Santo Nome, anunciando em toda a terra os seus maravilhosos feitos !“ parte final

24/02/2014 11:42

Familia Cristã - INSTRUMENTO DE AMOR EM DEUS NA TERRA – Parte final

               

3. A DOUTRINA DOS APÓSTOLOS

Quando examinarmos a doutrina dos apóstolos que é a base para a igreja, não achamos a Cláusula de Mateus em qualquer lugar nas cartas. Este fato é de suma importância em entender a vontade de Deus para Sua igreja hoje.

A) Rrn 7:2,3. Aqui o assunto não é o matrimônio, mas Paulo usa o matrimônio como figura da nossa posição em Cristo. Contudo, esta comparação revela que ao seu ver inspirado, o casamento pode ser anulado somente pela morte.

B)I Co 7:15. Sendo que o assunto aqui é casamentos infelizes, esperaríamos uma menção aqui da cláusula de Mateus, se aplicasse à igreja, mas não aparece. O ensino geral e claro do trecho é que o salvo nunca deve procurar uma separação.

C) 1 Co 7:39. A morte anula o casamento permitindo o segundo casamento da pessoa viúva, se for indicado pelo Senhor.

D) Ef 5:22-32. Aqui o casamento é comparado à união que existe entre Cristo e a igreja. O divórcio estraga completamente esta figura. (Lembramos da severidade com que Deus tratou Moisés por ter estragado uma figura do Senhor Jesus Cristo - veja Num. 20:11,12; Dt 3:23-27).

4. CONCLUSÃO

Por causa destas considerações bíblicas, cremos que o divórcio não é opção divina para casados com problemas, mesmo no caso de adultério. O fato que é permitido pelas leis do pais não é suficiente para a igreja seguir o mundo neste caso. As leis estão mudando rapidamente na direção contra a Palavra de Deus, como também nos casos de disciplina de crianças e sobre homossexualidade. Já chegou a hora para aplicar Atos 4:19, e "ouvir a Deus antes dos homens"nestes casos.

5. OBJEÇÕES

Muitas vezes versículos são citados para procurar justificar o divórcio em certos casos. O argumento sobre o sofrimento da parte inocente quando acontecer infidelidade é muito tocante, e sem dúvida este sofrimento merece nossa profunda compaixão e consolação, mas temos de lembrar algumas coisas importantes. Nem sempre Deus tira o sofrimento porque quem sofre é o inocente. Por exemplo, os escravos na igreja primitiva sofriam injustamente, mas não podiam rejeitar tal sofrimento. Os que nascem cegos, deformados, etc. sofrem inocentemente, mas ficarão assim até a morte. Outra coisa, às vezes não há parte completamente inocente no casamento infeliz, pois a infidelidade pode ser provocada pela desobediência da outra parte à Palavra de Deus como, por exemplo, exemplo I Cor. 7:5 e as relações foram paradas sem consentimento mútuo. Outra coisa, talvez o maior sofrimento inocente será causado pelo divórcio - o sofrimento dos filhos inocentes.

Talvez a objeção mais comum é que se o divórcio e novo casamento aconteceram quando eram descrentes, não há mais problema porque " as coisas velhas já passaram e agora tudo é novo" desde a conversão (II Co 5:17). Contudo o contexto deste versículo mostra que o que já passou é a nossa atitude orgulhosa e pecaminosa de viver para nós mesmos (v.15) e a condenação eterna que este pecado merece. As conseqüências do pecado com relação desta vida não terminaram com a conversão, e muitas vezes precisam de uma restituição, e às vezes duram para a vida inteira. Por exemplo, o casal que vivia junto sem casar antes de converter-se ainda precisa casar-se legalmente para ter comunhão com a igreja; O homem que se converteu na prisão não sai livre porque agora é nova criatura, mas ainda tem de pagar a dívida perante a sociedade. O homem que perdeu seu olho na briga quando descrente não recebe a vista quando se converter, ficará cego até a morte. Davi foi perdoado, mas sofreu as conseqüências da sua impureza até o fim da sua vida. A verdade desagradável "não vos enganeis, aquilo que o homem semear, isso também ceifará" (Gal. 6:7). continua em vigor depois da conversão.

O uso de I Cor 6:11 para receber pessoas divorciadas e novamente casadas na comunhão da igreja como "novas criaturas",esquece algo importante. Aquelas pessoas em Corinto não continuavam a viver na impureza depois de crer, e os versículos seguintes ensinam a necessidade de deixar estes pecados. Quem vive com quem não é o primeiro cônjuge (e nunca foi viúvo) ainda vive em pecado, e isto precisa duma correção antes de estar em comunhão com a Palavra de Deus e com a Sua igreja, pois o impuro não pode ser recebido em comunhão (I Co 5:11). A restituição possível (embora muito dificel) neste caso seria a separação deste pecado de adultério. Estes são "eunucos por causa do reino os céus ", (Mt 19:12) e muitos têm feito isto para servir ao Senhor e não ser obstáculo ao cônjuge legítimo arrependido.

Em I Cor. 7:17, 20,24, a "vocação em que foi chamado" não fala sobre pessoas divorciadas antes da conversão, mas sobre circuncidados e não circuncidados,escravos e livres,como o contexto prova. O apelo baseado na compaixão do Senhor em perdoar a mulher adúltera em João 8, esquece das últimas palavras do Senhor para ela: "Vai-te e não peques mais ".

Sabemos que há situações muito complicadas, e irreversíveis, mas que estas considerações solenes possam ajudar-nos a entender melhor a indissolubilidade e santidade do casamento e ajudar casais com problemas resolver estes problemas sem pensar no divórcio, mas no arrependimento e no perdão verdadeiro (I Jo 1:9; Ef 4:32).